Fronteiras e mentiras
Aqui vai uma pequena história de repressão em tempos de ‘mundo civilizado’, levada a cabo pela propaganda em que muitos encontram conforto e se deleitam.
Em Espanha, tal como em Portugal, uma pessoa pode ser mantida presa preventivamente pelo período de 4 anos e meio, aproximadamente (estão a pensar reduzir a duração agora em Portugal). Durante este tempo o visado pode ser retido sem qualquer julgamento, mesmo que o crime de que é acusado lhe valha, caso seja condenado, uma pena muito inferior aos 4 anos e meio. Então, quando este limite é atingido, são obrigados a julgar o acusado ou libertá-lo. Mais que provavelmente, com um desculpa qualquer coisita e, já agora, vê lá se te consegues livrar da reputação e das marcas que esta prisão e este país te concedeu amavelmente, porque não te queremos cá outra vez para te pagarmos as refeições e a estadia que andam a afastar a nossa economia do desenvolvimento. Enfim, é a lentidão com que decorre a nossa justiça e que já todos conhecemos.
Em Espanha a degradação vai um pouco mais longe. É bastante comum que não haja, sequer, uma acusação concreta. Este é um instrumento usado como arma de combate no conflito com o País Basco (que nem a merda do ms Word é capaz de detectar e corrigir para letra maiúscula) como política de manter as aparências. A intenção é dar à sociedade a sensação de que se está controlar o conflito. Então, sempre que a situação é um pouco mais instável, a guardia civil sai à rua para fazer umas quantas detenções aleatórias, porque raramente sabem quem está realmente por trás dos ataques ou dos conflitos de rua. Há que encontrar meia dúzia de bodes expiatórios!
A partir daqui, e depois do bilhete de lotaria, os detidos são levados, geralmente, para uma prisão a sul de Madrid (que o cabrão do Word já é capaz de corrigir para inicial maiúscula) – carcér de Aranjuez – a mais de 500 km de Bilbau. Para família e amigos é uma viagem de 5 horas para uma visita semanal de 40 minutos. A tortura arrasta-se a todos. Depois perdem-se, garantidamente, quatro anos de trabalho, estudo e vida. Até que, para ir de encontro a expectativas comuns, lá para os quatro anos e um ou dois meses aparece uma acusação por crimes ou irregularidades menores e que nada têm a ver com o conflito. Faz-se uma acusação para a qual, nos casos em que pelo menos esta se conseguiu provar ou manipular, a pena já foi cumprida e os peões são postos, uma vez mais, na mira roleta russa. Libertados, entenda-se. E o ciclo vai-se repetindo. É claro que o governo francês vai observando à distância.
É tempo de acabar coma cobardia e a subversão. Antes que a propaganda acabe lentamente por matar a diferença e proibir a cultura. EUSKADI LIBRE. Cultura, sociedade, língua, mentalidade e vontade – as razões são mais que suficientes. E para que se deixe de olhar o terrorismo de massas como o caminho dos justos. A luta, tal como a paz, faz-se com os meios disponíveis. E quando se tem o poder deliberativo e económico torna-se fácil comprar a propaganda que encobre as barbaridades. Ainda assim…
Ah, já agora, aquilo a que se chama Espanha deve bem mais que boa parte estabilidade económica e do crescimento ao País Basco. Deve a liberdade e a queda de Franco à própria ETA. E ao povo Basco, mais que aos outros, tem pago com repressão. A condizer com a longa história de domínio do Reino de Castela.
EUSKAL PRESOAK
EUSKAL HERRIRA
Em Espanha, tal como em Portugal, uma pessoa pode ser mantida presa preventivamente pelo período de 4 anos e meio, aproximadamente (estão a pensar reduzir a duração agora em Portugal). Durante este tempo o visado pode ser retido sem qualquer julgamento, mesmo que o crime de que é acusado lhe valha, caso seja condenado, uma pena muito inferior aos 4 anos e meio. Então, quando este limite é atingido, são obrigados a julgar o acusado ou libertá-lo. Mais que provavelmente, com um desculpa qualquer coisita e, já agora, vê lá se te consegues livrar da reputação e das marcas que esta prisão e este país te concedeu amavelmente, porque não te queremos cá outra vez para te pagarmos as refeições e a estadia que andam a afastar a nossa economia do desenvolvimento. Enfim, é a lentidão com que decorre a nossa justiça e que já todos conhecemos.
Em Espanha a degradação vai um pouco mais longe. É bastante comum que não haja, sequer, uma acusação concreta. Este é um instrumento usado como arma de combate no conflito com o País Basco (que nem a merda do ms Word é capaz de detectar e corrigir para letra maiúscula) como política de manter as aparências. A intenção é dar à sociedade a sensação de que se está controlar o conflito. Então, sempre que a situação é um pouco mais instável, a guardia civil sai à rua para fazer umas quantas detenções aleatórias, porque raramente sabem quem está realmente por trás dos ataques ou dos conflitos de rua. Há que encontrar meia dúzia de bodes expiatórios!
A partir daqui, e depois do bilhete de lotaria, os detidos são levados, geralmente, para uma prisão a sul de Madrid (que o cabrão do Word já é capaz de corrigir para inicial maiúscula) – carcér de Aranjuez – a mais de 500 km de Bilbau. Para família e amigos é uma viagem de 5 horas para uma visita semanal de 40 minutos. A tortura arrasta-se a todos. Depois perdem-se, garantidamente, quatro anos de trabalho, estudo e vida. Até que, para ir de encontro a expectativas comuns, lá para os quatro anos e um ou dois meses aparece uma acusação por crimes ou irregularidades menores e que nada têm a ver com o conflito. Faz-se uma acusação para a qual, nos casos em que pelo menos esta se conseguiu provar ou manipular, a pena já foi cumprida e os peões são postos, uma vez mais, na mira roleta russa. Libertados, entenda-se. E o ciclo vai-se repetindo. É claro que o governo francês vai observando à distância.
É tempo de acabar coma cobardia e a subversão. Antes que a propaganda acabe lentamente por matar a diferença e proibir a cultura. EUSKADI LIBRE. Cultura, sociedade, língua, mentalidade e vontade – as razões são mais que suficientes. E para que se deixe de olhar o terrorismo de massas como o caminho dos justos. A luta, tal como a paz, faz-se com os meios disponíveis. E quando se tem o poder deliberativo e económico torna-se fácil comprar a propaganda que encobre as barbaridades. Ainda assim…
Ah, já agora, aquilo a que se chama Espanha deve bem mais que boa parte estabilidade económica e do crescimento ao País Basco. Deve a liberdade e a queda de Franco à própria ETA. E ao povo Basco, mais que aos outros, tem pago com repressão. A condizer com a longa história de domínio do Reino de Castela.
EUSKAL PRESOAK
EUSKAL HERRIRA
8 Comentários:
Às 24/1/07 21:21 , Leandra Vieira disse...
Nenhuma causa devia ser alimentada com o sangue de vítimas inocentes.
Às 24/1/07 21:26 , nuno rodrigues disse...
está bem! leandra, vai lendo a primeira frase do post que eu respondo propriamente logo que possa. revolta-me um bocacado esse sentimentalismo! mas porque é que a culpa tem de estar do lado de quem tem razão?
Às 24/1/07 21:46 , Leandra Vieira disse...
Independentemente de quem tem a razão, o que é sempre muito subjectivo, não de deve perder o respeito pela integridade humana e o direito à vida. A razão não deve ser alimentada com belicismo.
Ah, e não é sentimentalismo, é humanidade.
Às 24/1/07 23:10 , Stéphane Pires disse...
Penso que o primeiro comment da Leandra não vai directamente ao encontro do texto do Nuno. Não vi, neste, qualquer mensagem de incentivo ou apoio à violência. Simplesmente, denota-se uma crítica ao funcionamento da justiça espanhola e a defesa da independência para o País Basco.
No entanto, compreendo que a Leandra tenha associado este testemunho à violência que a facção mais radical, "os terroristas" da ETA, levam a cabo. Mas não só de violência e belicismo vive a revolta basca.
Estou completamente de acordo com o segundo comment da Leandra. A razão não deve ter bombas e explosivos por detrás.
Às 25/1/07 01:01 , nuno rodrigues disse...
oh leandra, então e na repressão há humanismo (acredito que querias dizer humanismo e não humanidade)?! repressão que dura não há três ou quatro décadas, mas há mais de novecentos anos. o colonialismo também se faz 'fronteira' com 'fronteira' (geográficas e designadas, entenda-se) embora, geralmente, se olhe para isso de maneira diferente. mas decidiu-se, e deliberou-se extinguir o colonialismo, não o conceito mas a palavra. cria-se um vazia à volta da palavra, muda-se o conceito e faz-se de conta que deixou de existir. mais, é realmente difícil encontrar humanismo no post que escrevi. principalmente na história que descrevi. pena não ter o apoio da propaganda para se tornar num drama de escala mundial e dar aso a sentimentalismos também. pena porque a igualdade pode ser um bom sinónimo de humanismo. não achas?!
Às 25/1/07 01:32 , Leandra Vieira disse...
Amigo Stéphane, a minha apreciação à questão levantada pelo Nuno foi, como viste e muito bem, mais longe. O objectivo não foi, portanto, comentar o post, mas todo o conteúdo que nele está pode estar subentendido. Haja liberdade de expressão.
Nuno, deves, certamente, conhecer a posição do povo Tibetano no que toca à opressão por parte da china. Parece-me que, para eles, mais importante do que a posse da razão é a própria conduta e os valores que lhes servem de guias. Haja exemplo na história da humanidade.
Às 25/1/07 02:04 , Stéphane Pires disse...
Sim, percebi a ideia. Mas repara, não podes abarcar todo o conteúdo desta temática na tua única e curta ideia. Podes dar a entender que cinges todo um processo de revolta a actos de violência ou terroristas.
Quanto à liberdade de expressão, tem-la toda e mais alguma. Acho que aqui o problema não é esse, será mais uma questão de interpretação ou de ponto de vista do problema.
Às 25/1/07 02:27 , nuno rodrigues disse...
leandra, entende uma coisa! não é a ETA contra o povo espanhol. é o governo espanhol contra o povo basco! entendes a diferença?! qual é a subjectividade?
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