O papel da Comunicação Social no caso "Maddie"
Bem, amigos, este é um assunto mais do que pertinente na actualidade. Li este texto, do qual passo a transcrever um pequeno excerto, que me parece colocar importantes questões acerca do papel dos meios de Comunicação Social neste caso do desaparecimento da menina inglesa. O que pensam de toda esta cobertura mediática, a meu ver, excessiva? Penso que este é um caso óbvio de como os media podem manipular opiniões e/ou usar estas situações a seu favor, partindo para o sensacionalismo. Opinem para aí :-).
Um abraço (cheio de saudades) para todos da Rita.
Aqui vai o texto:
Maddie: Peritos acham que media têm exagerado na cobertura
Os media têm exagerado na cobertura jornalística do caso da menina inglesa que desapareceu no Algarve, ocupando demasiado tempo e espaço e transformando o tema numa espécie de reality show, consideraram especialistas em comunicação.
A cobertura do caso, que começou há mais de duas semanas, «tem decorrido com excessiva paixão, excessiva emoção e com menor rigor», afirmou o professor de ciências da comunicação da Universidade Nova de Lisboa, Francisco Rui Cádima, adiantando que os media têm tentado contornar a «falta de informações objectivas e de briefings regulares feitos por responsáveis e investigadores policiais» com uma «tendência para romancear», como forma de «manter a audiência fidelizada e expectante ou encher a qualquer custo as primeiras páginas dos jornais do dia seguinte».
Considerando que a informação tem evoluído para a «espectacularização do real», dando «prioridade à actualidade trágica, à catástrofe e ao fait-divers», o docente julga que deveria ser feito «mais jornalismo e menos novelização», com «mais objectividade e menos suposições» e «menos emoção e mais razão».
«Este deveria ser, inclusivamente, um tempo e um tema absolutamente oportuno para os media se verem ao espelho e se pensarem a si próprios», defendeu Cádima, embora admita existir «uma hipersensibilidade, entretanto adquirida pelas audiências», considerando necessário, se bem que «pouco provável», que seja «emendada a mão.
Também o presidente da Associação de Telespectadores (ATV), Rui Teixeira Mota, classificou a cobertura que os media têm feito do caso Madeleine como um «um excesso e uma overdose de informação», acrescentando que, «se cada vez que ocorresse um caso destes, fosse tratado desta maneira, a informação era só sobre estes casos».
Teixeira Mota admitiu que o desaparecimento da menina inglesa e todos os pormenores que se seguiram formam uma espécie de «CSI da informação» que aumenta «o interesse no caso», mas lembrou que «a informação não se esgota neste tema».
Fonte: http://comunicar-utad.blogspot.com/2007/05/caso-maddie-nos-media.html
Um abraço (cheio de saudades) para todos da Rita.
Aqui vai o texto:
Maddie: Peritos acham que media têm exagerado na cobertura
Os media têm exagerado na cobertura jornalística do caso da menina inglesa que desapareceu no Algarve, ocupando demasiado tempo e espaço e transformando o tema numa espécie de reality show, consideraram especialistas em comunicação.
A cobertura do caso, que começou há mais de duas semanas, «tem decorrido com excessiva paixão, excessiva emoção e com menor rigor», afirmou o professor de ciências da comunicação da Universidade Nova de Lisboa, Francisco Rui Cádima, adiantando que os media têm tentado contornar a «falta de informações objectivas e de briefings regulares feitos por responsáveis e investigadores policiais» com uma «tendência para romancear», como forma de «manter a audiência fidelizada e expectante ou encher a qualquer custo as primeiras páginas dos jornais do dia seguinte».
Considerando que a informação tem evoluído para a «espectacularização do real», dando «prioridade à actualidade trágica, à catástrofe e ao fait-divers», o docente julga que deveria ser feito «mais jornalismo e menos novelização», com «mais objectividade e menos suposições» e «menos emoção e mais razão».
«Este deveria ser, inclusivamente, um tempo e um tema absolutamente oportuno para os media se verem ao espelho e se pensarem a si próprios», defendeu Cádima, embora admita existir «uma hipersensibilidade, entretanto adquirida pelas audiências», considerando necessário, se bem que «pouco provável», que seja «emendada a mão.
Também o presidente da Associação de Telespectadores (ATV), Rui Teixeira Mota, classificou a cobertura que os media têm feito do caso Madeleine como um «um excesso e uma overdose de informação», acrescentando que, «se cada vez que ocorresse um caso destes, fosse tratado desta maneira, a informação era só sobre estes casos».
Teixeira Mota admitiu que o desaparecimento da menina inglesa e todos os pormenores que se seguiram formam uma espécie de «CSI da informação» que aumenta «o interesse no caso», mas lembrou que «a informação não se esgota neste tema».
Fonte: http://comunicar-utad.blogspot.com/2007/05/caso-maddie-nos-media.html
2 Comentários:
Às 11/10/07 17:40 , nuno rodrigues disse...
olá Rita.
estou plenamente de acordo com o que escreveste e citaste. este caso foi, de facto, mais um injecção de letargia na sociedade portuguesa. quem não terá assistido e sido parcial ou totalmente absorvido e pelo enredo desta contagiante 'aventura'. grande parte dormiu mesmo o sono do julgamento público.
estava a tentar escrever qualquer coisa... mas o caso, de tão debatido, esgotou todo o tipo de análise. acho que até os responsáveis financeiros dos media não se importariam que a miúda aparecesse. quanto mais, já aqui debatemos o papel e o estado da comunicação social e já expus a minha opinião. aliás, este seria o exemplo perfeito para ilustrar a opinião que dei nessas discussões.
acho que o 'terapia' levada a cabo pelos media foi de tal forma exaustiva que dificilmente se encontrarão, hoje, opiniões distintas sobre o assunto, quanto mais pessoais.
' Sardinha de conserva Ramirez patrocina o aparecimento de Maddie McCann!' - esta terá, provavelmente, sido a única vertente em que o caso não foi explorado. mas, já agora, porque não?!
louvados sejam os 'tapinhas' do sr. scolari. personagem cujo mediatismo foi também generosamente concedido pela comunicação social, diga-se. e que se tornou num dos expoentes máximos do patriotismo em portugal e nas comunidades portuguesas. um dia destes ainda é condecorado pelo PNR, o homem. bem, o senhor é brasileiro, mas acho ninguém terá defendido tão convictamente um fetiche nacionalista como ele com as bandeirinha por esse país fora!
e o consequente chauvinismo generalizado.
este país está cada vez mais surreal...
beijo
nuno
Às 13/10/07 19:53 , Stéphane Pires disse...
Olá Rita e Nuno.
Muito sinteticamente, pois, como diz o Nuno, o caso já está tão debatido, só quero referir que não se deve responsabilizar apenas a comunicação social pelo excesso de informações contraditórias veiculadas.
Há, sem dúvida, imensa especulação a circular pelos diferentes órgãos, mas na origem da mesma estão diferentes agentes da sociedade envolvidos no caso. Estes fazem uso dos média para desvirtuar as supostas verdades ou as pistas que para lá possam caminhar. Outros fazem-no por simples ego ou necessidade de protagonismo e visibilidade mediática, que não raras as vezes a comunicação social está disposta a dar-lhes. Diferentes personalidades do direito, das forças da autoridade - no activo ou não -, e, ainda, alguns "brilhantes" opinion makers (que não temem processos judiciais, porque muitas vezes já sabem o seu desfecho) têm manobrado a opinião pública e usado o veículo que lhes é posto à disposição. O que seria dos Pachecos Pereiras ou Rebelos de Sousas sem os média.
Saudações
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